Como os adultos trocam suas fraldas?

Preciso compartilhar um questionamento com vocês: por que meus pais não trocam suas fraldas na cama, como eu? Fico intrigado com isso. Vez por outra, quando grito por meus pais, eles respondem que estão no banheiro. Vou correndo até lá, mas a porta está fechada. Pelo cheiro, acho que eles estão trocando as fraldas. Mas por que dentro do banheiro, se é tão mais confortável fazer isso deitado na cama?

Outra dúvida que me atormenta: quem troca as fraldas deles? Eles saem vestidos e sozinhos. E o banheiro não tem outra porta... Será que aquela cadeira, lá no banheiro, com um buraco no meio tem relação com essa história? Suspeito que aquele botão em cima da cadeira tenha algo a ver com isso. E, para dizer a verdade, até tentei apertá-lo um dia desses, mas ele é meio duro para mim.

Algo me diz que meus pais logo vão querer que minhas fraldas sejam trocadas lá dentro do banheiro, pois meu pai vive dizendo que eu estou deixando de ser bebê... Quem sabe, assim, vou descobrir como os adultos fazem para trocar suas fraldas?

Minha primeira vez no cinema

Quarta-feira passada foi um dia muito legal. Fui pela primeira vez a um lugar chamado cinema. Assisti “Madagasgar 3” e adorei.

Fomos àquele local cheio de vitrines coloridas onde minha mãe costuma comprar roupas para mim. Mas, logo, as coisas começaram a ficar diferentes. Ao invés de me deixaram andar no meio das roupas e correr pelos corredores, ganhei um pacote de pipoca de um tamanho gigante e entramos numa sala um pouco escura. 

Sentei no colo do papai e comecei a comer pipoca, muita pipoca.

Aí veio a parte chata. Engasguei com a peles dos milhos. Dei uma gorfadinha e papai enxugou com uma toalha. Mas continuei engasgado e vomitei. A menina da cadeira ao lado saiu correndo, papai e mamãe levantaram-se e fomos ao banheiro nos limpar.

Quando voltamos estava tudo escuro, menos uma televisão gigante. Nela, os bichos ficaram enormes e mais coloridos. Ela era tão grande que fiquei de boca aberta. Acho que mais gente ficou assim, meio abobalhado, pois todas as pessoas ficaram quietas em suas cadeiras sem reclamar. Até pareciam comigo nos dias de faxina aqui em casa. Daí, fiquei me perguntando quem foi que prendeu o cinto das cadeirinhas delas, pois ninguém se levantou. Elas só saíram quando o filme acabou e as luzes foram acessas – gente comportada, hein?

Adorei esse tal de cinema. Bem que meu pai podia colocar uma daquelas televisões gigantes lá em casa...

Voltei. I am back.

Isso mesmo – depois de quase um ano sem escrever, papai consegui me convencer de que meu trabalho é único e pode ajudar muitas crianças (e pais) a entenderem-se melhor. Estou perto de completar dois anos e, por isso, vocês podem estranhar um pouco minha nova fase mais falante e cheia de amores objetais.

As novidades? Bem, vou contando devagarzinho, mas posso adiantar que não sou mais aquele bebezinho que cambaleava tentando levar seu corpo para frente e aguentava tudo calado. Isso me ajuda muito, pois agora posso lutar contra o desejo dos adultos de me fazerem seu objeto particular. Eles me colocam no colo, me apertam e querem que eu fique ali, parado e sorridente. Não entendem que já passei dessa fase.

Por exemplo... domingo, depois do culto, Gaby (depois falo mais dessa menina <3) e eu estávamos brincando de corrida por debaixo das cadeiras. A gente se abaixa e vai passando pelas pernas das cadeiras até chegar ao final do corredor. É muito legal e a gente estava se divertindo muito. Mas minha mãe me chamou bem no meio da parte mais legal. Pensam que eu amarelei? Que nada! Como sei que mamãe anda devagar quando está de sapatos altos, comecei a correr pelos corredores. Foi divertido fugir enquanto ela tentava me pegar!

E os desenhos animados? Agora que consigo falar os nomes dos meus personagens favoritos, posso escolher aqueles que vou assistir. Passei da fase da “Galinha Pintadinha” e dos “Teletubbies” (embora tenha uns flashbacks vez por outra). Agora vejo “Pocoyo”, “Rucca”, “Bom Esponja”, “Kong Fu Panda” e, quando meu irmão está de posse do retângulo mágico que controla a televisão, fico sentando vendo “Super Onze”. Mesmo não entendendo muito, tem bola e gol. E como meu irmão de 15 anos curte, acabo me sinto quase um adolescente também...

Nada melhor do que poder andar para onde se quer e poder escolher o desenho que quero assistir... Acabo concordando com papai: a maturidade traz independência.  

Meu aniversário

Faz algum tempo que não apareço aqui. Juntam-se as férias e a organização da minha festa de aniversário e somente hoje tive algum tempo para atualizar meu blog.

Ainda não estou caminhando sozinho - somente apoiado nas paredes e móveis. Meu pai já tem me deixado experimentar alimentos com açúcar e eu aprendi a dar birra (nada que ele não resolva me ignorando). 

Conheci o mar nas últimas semanas e adorei a água e a areia. Infelizmente, também durante as férias, tomei soro na veia pela primeira vez na vida por conta de uma virose (nome que os médicos usam para dizer que estamos doentes, mas que eles não sabem ao certo do quê). Viajei de avião, subi num cavalo com meu pai, comi chocolate e aprendi sentido da palavra "não". Meus pais dizem isso quando não devo continuar com aquilo que estou fazendo... é ruim.

Tive minha primeira festa de aniversário na segunda, dia 22/08. Minha mãe disse que foi um ensaio para minha festa de verdade, que é hoje. Não chorei na hora de cantar os parabéns e enfiei a mão no bolo antes dele ser cortado. Fui muito fotografado com meu pais, meu irmão, meus avós, tios e primos e adorei a torta de chocolate :)

Acho que por enquanto é isso. Deixe-me tomar meu banhozinho porque minha festa de verdade vai começar daqui a pouco. Depois conto como foi.

Novidades

É isso mesmo. Há um tempão não apareço por aqui para contar as novidades. Coisas da vida corrida e de um "vício" em Telettubies e Galinha Pintadinha. Todos os dias pela manhã, logo após a primeira mamadeira do dia, fico apontando para nossa televisão, pedindo que coloquem logo meus programas favoritos. Até consigo fazer, vez por outras, o "cabe aqui na minha mão" da música "Pintinho Amerelinho".

Começo a dar meus primeiros passo. Já ando os quatro cantos do chiqueirinho segurando nas bordas dele. Chamo as coisas apontando-as, falo "vó", "mã" e "pá", além de outras palavras que ninguém entende direito.

Acho que, por enquanto, é isso. Agora, deixe-me ir ver meus vídeos...

Quer ser meu amigo?

Depois de alguns dias com manchas brancas nos lábios, a médica disse que estou com fungos na boca. Todos os meus brinquedos podem estar contaminados com este bendito invasor. Assim, além dos remédios, quem quiser ser meu amigo vai ter que passar pela prova de fogo: cinco minutos na fervura ou banho de álcool 70%. Meu Pablo foi o primeiro. E aí: quer ser meu amigo?

Abacate não, por favor

Meus pais se esforçam para me oferecer uma alimentação de qualidade. Particularmente, meu pai prefere fazer, ele mesmo, a minha sopa de almoço e jantar todos os dias. Eu mesmo já fui algumas vezes com ele comprar as verduras para minha sopa e as frutas para meus lanches.

Mas esta semana, mamãe e papai não conseguiram acertar. Eles bem que escolheram um abacate bem maduro. Amassaram, adicionaram um pouco do meu leite e pronto. Pietro no colo e papinha a la guacamole no prato. Primeira colherada. Meu pai me olhou e disse: “vai ser igual ao mamãe – ele faz careta, mas come um pouco.” Ele virou as costas e só ouviu meu bruuu... quando me tomou no colo, só deu tempo de me virar para vomitar no chão. Definitivamente, pelo menos por enquanto, abacate não, por favor.