sábado, 13 de fevereiro de 2010

O dia da ecografia

Era um lindo sábado. Eu estava dormindo tranquilamente na barriga de minha mãe quando, de repente, um objeto muito estranho foi se aproximando. Não foi o suficiente para tocar em mim, mas eu não gostei mesmo daquilo. Minha mãe estava apreensiva. Meu pai misturava emoção e constrangimento. Mas, no fundo, ambos estavam parecendo pais de primeira viagem. Nem parece que tenho um irmão em plena adolescência, com treze anos!

Mas voltando ao assunto... Aquele médico que me aguarde. Eu gravei o nome dele: Dr. Luciano. Ele que me aguarde. Eu estava no melhor do sono, daí ele vem me perturbar? No início, ele disse que eu estava mexendo muito. Mal sabe ele que eu estava era querendo dar um chute naquele troço!

Sabe o que mais me admira? Meu pai e minha mãe ficaram sorrindo! Dá para acreditar? Quando ele colocou o som do meu coração para eles escutarem, eles quase choraram! Não sei por que esses adultos se emocionam tanto com um coração batendo a mais de 130 por minuto.

O tal Dr. Luciano disse que precisava medir não sei o que lá. E, para isso, queria que eu ficasse de perfil para ele. Claro que eu não queria ficar! Mas daí, ele pediu para minha mãe mexer na barriga, para eu mexer e ficar no posição que ELE queira, pode? E não é que minha mãe e meu pai fizeram o que ELE queira? Mas EU estava determinada (o) e quando ele dizia: “agora vou medir”, EU voltava para minha posição. Parecia pique-esconde. Foi divertido ver meu pai, minha mãe, o tal médico e sua assistente tentando me colocar na “posição certa”.

Por fim, papai disse: “deixa de ser uma criança marrenta... senão a gente vai ter que voltar aqui de novo.” O quê? Voltar de novo! Rapidinho eu fiquei na posição que o tal Dr. Luciano queira. Mas ele que não fique convencido: meu pai pediu com jeito e EU resolvi fazer o que ele pediu.

O tal médico disse que estou bem. Mostrou meu corpo, meus bracinhos, minhas perninhas e todo mais para meus pais. Eles ficaram feito bobos, como se eu fosse a única criança do mundo que tem corpo, braços e pernas. Mas acho que entendo: era a primeira vez que eles me viam assim, com jeito de ser humano.

E, afinal, eu sei que eles me amam. Como? Bem, todo dia, quando meu pai chega em casa, ele dá um beijo na minha mãe e outro em mim. Ele diz que ama seus dois bebês e coisas assim. Minha mãe fica só pensando nas coisas que vai comprar para mim.

Apesar de tudo, hoje foi um dia legal. Minha mãe disse que vai sonhar comigo. Eu ainda não posso garantir a mesma coisa: me faltam neurônios e sinapses suficientes para sonhar. Mas uma coisa eu posso garantir: sinto muito ansiedade para sair daqui e ficar no colo de mamãe, papai, irmãozinho, avós, tios e todos vocês que têm me acompanhado. Até a próxima! Mandem comentários que meu pai lê para mim!

Um comentário:

  1. Que lindo...
    quando ela(o) crescer
    imagina o quanto vai
    ser interessante ter essas
    historias...

    Parabens...

    Ligia

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